AUTO-SABOTAGEM – DEZ ERROS FATAIS COMETIDOS PELAS MULHERES EM CONTEXTO DE TRABALHO

O Caso de Júlia e auto-sabotagem

 

Júlia veio à mentoria individual muito desgostosa com a sua situação profissional. Faz tudo o que lhe é pedido, trabalha horas extra e ajuda sempre tanto colegas como chefia nos trabalhos de última hora, chamados “urgentes”. Preparou-se com grande entusiasmo para a sua reunião de avaliação anual, confiante do excelente trabalho produzido. Contrariamente ao esperado, o seu chefe confronta-a com diversas críticas e possibilidades de melhoria, que Júlia considerou injustas, culminando o seu feedback com uma nota mediana, muito abaixo da sua expectativa.

 

Mentoria Individual sobre Auto-sabotagem

 

Para júlia, isto significava a impossibilidade de melhorar o seu pacote salarial e a impossibilidade de mudar de casa, tão desejada por si e pelos seus filhos. Com significativo sentimento de revolta, Júlia procura ajuda com vista a perceber o que possa ter corrido mal neste ano profissional, que considera perdido.

 

Peço a Júlia pare descrever um dia particularmente exigente de trabalho, bem como a véspera da reunião de feedback.

 

Como diria Nicholas Boothman, não existe fracasso, apenas feedback! A vida informa-nos sobre o que necessita ser alterado. É importante 1) ter presente o que pretendemos; 2) observar os resultados obtidos e 3) alterar o nosso comportamento até atingirmos o nosso objetivo.

 

Auto-sabotagem – os dez erros mais cometidos por mulheres em contexto de trabalho

 

Em conjunto identificamos alguns dos seus erros fatais, a que acrescentamos outros erros muito comuns:

 

  1. Procurar agradar e precisar de que gostem de si: Esperar e depender da opinião dos outros cria uma imagem de insegurança e limita a tua iniciativa e proatividade;

 

  1. Estar sempre disponível e trabalhar horas extra: Priorizar o trabalho em relação à tua vida pessoal é um fator de desequilíbrio na tua vida e não te valoriza enquanto profissional. Se precisar de trabalhar mais horas, isso significa que o trabalho não está bem distribuído ou delegado, ou que os recursos humanos estão mal calculados;

 

  1. Não ter claros os objetivos anuais: A falta de direção e de critérios claros de avaliação pode implicar a estagnação da tua carreira em prol da carreira de outros, que irão beneficiar dos teus esforços;

 

  1. Aguardar pelo fim do ano para obter um feedback: conhecer o real ponto de situação sobre o teu trabalho é fundamental para redirecionares os teus esforços e adequares as estratégias;

 

  1. Fazer o trabalho dos outros e proteger os incompetentes: não és santa nem mãe de colegas ou subordinados. Sempre que assumes um papel de boa colega ou boa chefe, estás a priorizar o trabalho dos outros em vez do teu e a perpetuar um comportamento irresponsável, além de criares injustiças;

 

  1. Partilhar demasiada informação de carácter pessoal: Com esta atitude aparentemente simpática e generosa, estás a abrir uma caixa de Pandora, pois os colegas sentem-se no direito de aconselhar, comentar e até criticar as tuas escolhas pessoais, podendo vir a interferir no teu bem-estar. “Trabalho é trabalho, conhaque, é conhaque!”;

 

  1. Ignorar o sistema de troca de favores: a vida profissional está cheia de naturais e pequenas ou grandes trocas de favores: “sim, eu ajudo-te nessa folha de Excel e em troca, ajudas-me nos slides da minha próxima apresentação”. Ajudar os outros sem pedir nada em troca é uma perda de oportunidade e está relacionado com os erros n.º 1 e 5;

 

  1. Desvalorizar o seu trabalho ou a sua posição: “Não faço nada de especial, eu apenas…. “; “o que eu faço é muito simples, apenas….”; ”o meu colega tem mais perfil para coordenar a equipa”; são todas frases de desvalorização. Vamos substitui-las por frases poderosas e entusiasmantes que reflitam as tuas qualidades e a importância do que fazes, por exemplo “o que eu faço é fundamental para a minha empresa, pois faz sobressair para o exterior o valor do nosso produto” ou “posso dizer hoje que me especializei na análise dos números da minha empresa e que, graças ao meu trabalho, a administração pode tomar melhores decisões”;

 

  1. Resistência à mudança: A incapacidade de se adaptar a novas situações e tecnologias pode prejudicar o teu crescimento profissional. Assumir que já sabemos tudo o que precisamos representa uma estagnação de pensamento e transmite uma imagem de rigidez e falta de dinâmica. Haverá sempre alguém mais jovem e dinâmico, pronto para os substituir. Aliar a experiência à inovação é o teu maior trunfo;

 

  1. Falta de networking: Ignorar oportunidades de construir uma rede de contatos pode limitar as possibilidades de colaboração e crescimento na carreira. Interagir com outros é fundamental para nos fazer refletir, descobrir novos caminhos, oportunidades e sinergias. Dê-se a oportunidade de conhecer novas pessoas e de descobrir as suas mais-valias e o que pode aprender com elas. E sempre que interessante, procure manter e reforçar esses laços.

 

 

O trabalho de mentoria e o desenvolvimento de novas competências

 

O trabalho com a Júlia foi muito rico. Em contexto de mentoria, trabalhámos as suas competências de assertividade a par com a sua autoestima. Através de uma tomada de consciência sobre o seu posicionamento e atitudes, pudemos remover os mecanismos de defesa inúteis que utilizava para obter a aprovação dos outros.

 

Júlia pôde observar resultados imediatamente. Passou a sentir um reconhecimento e valorização das suas competências profissionais, tanto por parte da cadeia de liderança da sua empresa como por parte dos restantes colegas.

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